No primeiro trimestre de 2024, a Bloomin’ Brands, demonstrou em seu relatório um prejuízo do Outback no Brasil, surpreendendo o mercado. O valor específico do prejuízo atribuído reportado foi de US$ 83.872 milhões e houve uma perda de U$$ 135.797 decorrente da extinção antecipada de dívidas que seriam liquidadas apenas em 2025.
Este valor, portanto, impactou diretamente o lucro líquido da empresa, transformando um potencial lucro operacional em um prejuízo contábil para o trimestre. Entretanto, ao contrário do que se poderia supor, a causa não foi uma crise de vendas.
As receitas se mantiveram estáveis, mas um artifício contábil relacionado à extinção antecipada de dívidas impactou diretamente o lucro líquido da empresa.
Qual é a Estratégia Contábil?
O que são notas conversíveis?
Demonstração financeira do prejuízo do Outback
O primeiro demonstrativo do ano de 2024 trouxe esses dados originais que apontam para o prejuízo do Outback:
- Perda de extinção de dívidas: $ (135,797) milhões
- (Prejuízo) Lucro antes da previsão para imposto de renda: $ (72,320) milhões;
- (Prejuízo) Lucro Líquido: $ (82,290) milhões;
- (Prejuízo) Lucro Líquido atribuível à Bloomin’ Brands: $ (83,872) milhões.
Análise sem a perda na extinção de dívidas nos resultados deste primeiro trimestre:
- Perda na extinção de dívidas: $(135,797) milhões;
- (Prejuízo) Lucro antes da provisão para impostos de renda: $(72,320) milhões + $135,797 milhões = $63,477 milhões;
- (Prejuízo) Lucro Líquido: $63,477 milhões * (1 – 0,30) = $44,434 milhões.
Sem essa perda, a empresa teria mostrado um lucro substancial e uma situação financeira mais positiva, impactando a percepção dos investidores e a avaliação de mercado.
- 2021: Vendas no Brasil cresceram 28,7%;
- 2022: Crescimento de 38,3% e 16 novos restaurantes;
- 2023: Aumento de 61% nas vendas na primeira metade do ano, com 16 novas unidades.
Prejuízo ou Planejamento?
O que parece ser um prejuízo do Outback, na verdade, aponta mais para um caminho de Planejamento Tributário e Financeiro. O prejuízo pode ser um artifício fiscal para reduzir a carga tributária da empresa. Algumas dessas formas incluem:
A compensação de prejuízos fiscais utiliza prejuízos de um período para abater lucros futuros, reduzindo o imposto de renda. Além disso, a venda de ativos com prejuízo permite vender ativos deficitários para gerar deduções fiscais e reduzir impostos sobre outros lucros.
Ademais, a reestruturação de dívidas envolve renegociar dívidas para gerar prejuízos contábeis, que podem ser usados para abater lucros futuros e reduzir impostos. Outra estratégia é a transferência de ativos, onde ativos deficitários são transferidos para outra entidade do mesmo grupo empresarial, melhorando a gestão dos prejuízos fiscais e otimizando a carga tributária.
Por fim, o planejamento tributário internacional permite usar prejuízos em um país para compensar lucros em outro, dependendo das regras fiscais locais e acordos de dupla tributação.
Considerações Estratégicas
“Prejuízo” imediato, reestruturação a longo prazo
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